quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
Julen
Há noites que custam a passar. Como se os nossos pensamentos de repente se dissolvessem como cafeína no corpo. A almofada não se adapta à cabeça, ora está calor, ora está frio, temos sede, temos fome... temos medo.
Às vezes, já com o pressentimento que uma noite dessas está por vir, passo a não querer que a hora chegue. Quando toda a gente quer dormir eu sinto-me abandonada e entregue às trevas da insónia. Nesse momento, sinto uma imensa solidão.
E é terrível! É terrível sentir que a nossa mente hoje não vai dar tréguas, que vamos estar uma noite inteira num espaço onde mais ninguém pode entrar e ajudar.
E há ocasiões em que só a luz do amanhecer me conforta e me dá a serenidade para finalmente descansar.
Não quero nem ousar fazer um paralelismo com as minhas noites em branco, porque com esse problema eu lido bem. Embora eu saiba que hoje vai ser mais uma dessas noites, em que vou pensar demais e em coisas que não são da minha vida, mas que me afetam como se fosse. Como não me afetaria? Como?
Já não durmo umas boas horas há uns dias. Não consigo parar de pensar na criança que caiu num poço. Não consigo parar de pensar no terror e na tragédia. Fecho os olhos e imagino a criança, que nunca vi mas tem um rosto, sozinha e frágil naquele buraco fundo do qual ninguém a conseguiu tirar.
Não consigo não pensar. E não consigo não ter raiva de mim mesma ao saber o tempo que já perdi na minha vida com porcarias, ou a desejar que o tempo passe.
Raiva de todos nós,
ingratos pela vida.
Às vezes, já com o pressentimento que uma noite dessas está por vir, passo a não querer que a hora chegue. Quando toda a gente quer dormir eu sinto-me abandonada e entregue às trevas da insónia. Nesse momento, sinto uma imensa solidão.
E é terrível! É terrível sentir que a nossa mente hoje não vai dar tréguas, que vamos estar uma noite inteira num espaço onde mais ninguém pode entrar e ajudar.
E há ocasiões em que só a luz do amanhecer me conforta e me dá a serenidade para finalmente descansar.
Não quero nem ousar fazer um paralelismo com as minhas noites em branco, porque com esse problema eu lido bem. Embora eu saiba que hoje vai ser mais uma dessas noites, em que vou pensar demais e em coisas que não são da minha vida, mas que me afetam como se fosse. Como não me afetaria? Como?
Não consigo não pensar. E não consigo não ter raiva de mim mesma ao saber o tempo que já perdi na minha vida com porcarias, ou a desejar que o tempo passe.
Raiva de todos nós,
ingratos pela vida.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
"Grandes batalhas só são dadas a grandes guerreiros" Modéstia à parte
Há 3 anos este chavalo entrava assim de rompante na minha vida, sem autorização prévia. Na minha vida e na vida de mais umas outras cem raparigas. Antes de me agradar, percebi logo o que mais odiava nele. E foram precisos meses para me dar a volta, até que realmente conseguiu. Não estou com isto a dizer-me difícil, apenas soube bem com quem estava a lidar e ele era claramente o tipo de pessoa que eu mantinha afastada da minha vida. Ele tentou explicar-me que não era como eu pensava, bla bla bla, que gostava só de mim. Toda a gente já teve uma pessoa assim na vida. Digamos que esta foi a minha vez de cair na silada, e não correu bem para o meu lado. Os meus amigos bem me avisaram. Alguns meses depois ele conseguiu finalmente convencer-me que havia ali uma luz de esperança, mas foram necessários outros tantos meses de luta minha para encontrar um rumo na nossa relação. E não foi fácil. Mas a nossa vida foi-se compondo paralelamente. E aos trambolhões chegamos aqui.
Somos diferentes. Não somos opostos, mas somos diferentes. E a certa altura achei que seria difícil para ele perceber algum dia que me magoava à séria. Achei-o irracional muitas vezes. Em muitos momentos tive consciência de que o mais fácil para mim era dar o fora e desaparecer da vista dele, como fiz em relações anteriores por diferentes motivos. Sei também que provavelmente não lhe teria feito diferença que isso acontecesse. Fui irracional e parva, mas a verdade é que não me arrependo. Não me arrependo da energia que investi a preocupar-me com ele, mas se um dia for necessário fazer o mesmo por outro alguém, não o repetirei. Correu bem, mas poderia não ter corrido. Por outro lado, arrepender-me significaria que não valeu a pena, e valeu. Valeu um companheiro. Essa é a melhor maneira de o descrever: o meu companheiro. E às vezes dá-me cabo do juízo com os queixumes e maleitas, farto-me de me rir das cocozices e manias, faz-me até ser má pessoa. Mas quem mais poderia rir-se com a mesma vontade que ele das parvoíces que eu invento e faço? Quem mais me apoiaria nas ideias abstratas? Quem mais me perguntaria "quando nos vemos?" ou "quando te vejo?" sempre e quando fica longe de mim? Quem mais?
Foi um desgaste psicológico que hoje me compensa com o maior carinho, o maior amor e compreensão. Se um dia continuará a valer a pena? Tenho a certeza que sim.
Obrigada pelo que me ensinaste, porque esta relação foi a que mais me fez crescer. Foi contigo que aprendi, sem dúvida, o que é amar alguém à séria. Alguém que não nos é nada.
Para o que der e vier,
B.
Somos diferentes. Não somos opostos, mas somos diferentes. E a certa altura achei que seria difícil para ele perceber algum dia que me magoava à séria. Achei-o irracional muitas vezes. Em muitos momentos tive consciência de que o mais fácil para mim era dar o fora e desaparecer da vista dele, como fiz em relações anteriores por diferentes motivos. Sei também que provavelmente não lhe teria feito diferença que isso acontecesse. Fui irracional e parva, mas a verdade é que não me arrependo. Não me arrependo da energia que investi a preocupar-me com ele, mas se um dia for necessário fazer o mesmo por outro alguém, não o repetirei. Correu bem, mas poderia não ter corrido. Por outro lado, arrepender-me significaria que não valeu a pena, e valeu. Valeu um companheiro. Essa é a melhor maneira de o descrever: o meu companheiro. E às vezes dá-me cabo do juízo com os queixumes e maleitas, farto-me de me rir das cocozices e manias, faz-me até ser má pessoa. Mas quem mais poderia rir-se com a mesma vontade que ele das parvoíces que eu invento e faço? Quem mais me apoiaria nas ideias abstratas? Quem mais me perguntaria "quando nos vemos?" ou "quando te vejo?" sempre e quando fica longe de mim? Quem mais?
Foi um desgaste psicológico que hoje me compensa com o maior carinho, o maior amor e compreensão. Se um dia continuará a valer a pena? Tenho a certeza que sim.
Obrigada pelo que me ensinaste, porque esta relação foi a que mais me fez crescer. Foi contigo que aprendi, sem dúvida, o que é amar alguém à séria. Alguém que não nos é nada.
Para o que der e vier,
B.
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